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NO VAGAR DA PENUMBRA

NO VAGAR DA PENUMBRA

PORCO NO ESPETO E SARDINHA NO PÃO

Julho 10, 2022

J.J. Faria Santos

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Podia ser o título do novo livro de culinária de Miguel Sousa Tavares, mas é apenas a ementa parcial do novo casamento de Joana Amaral Dias. O “festão”, de acordo com o que a própria revelou num vídeo do Instagram, como evento em plena época balnear, incluirá celebrações “na piscina e na areia”, e a entrega das alianças pelos filhos dos nubentes será feita com as crianças de patins e vestidas de forma a parecerem mininoivos. Tudo devidamente “customizado” e destinado a ser “fofo e divertido”. A publicação termina com um agradecimento pelas prendas já recebidas, elencando as generosas empresas. Nada de particularmente original no universo das figuras públicas que têm presença nas redes sociais, onde o que se revela (o que inclui o inócuo, o celebratório, o informativo, o propagandístico e o indutor de empatia) é tão importante quanto o que se oculta, e ambos se entroncam na perspectiva comercial. Não será por acaso que Joana Amaral Dias apresenta com igual relevo na sua página a sua condição de psicóloga, o seu papel de comentadora e a sua ligação a uma conhecida marca de suplementos desportivos.

 

As redes sociais são mais uma arena social, com o duplo factor atractivo de conferirem uma proximidade ilusória e uma impunidade propiciadora de julgamentos instantâneos e sem filtros. É um preço que as celebridades pagam e um atalho que os seus interlocutores tomam, convencidos, estes últimos, de que, ao descerem do Olimpo, sujeitos ao sufrágio dos likes, os deuses influencers tornam-se alvo legítimo de uma avaliação impiedosa, onde tudo o que não seja a perfeição ou respeite o padrão do consenso online é severamente castigado. E todos sabemos como a indignação das redes sociais ilustra perfeitamente o conceito de viral, mesmo quando se presta a tombar na efemeridade. E quando determinada personalidade aposta na polarização, aumenta a parada para o jogo do gato e do rato, com os intervenientes alternando entre si o papel de predador e de presa. Ambos conhecem as regras, ambos assinaram uma espécie de contrato social implícito.

 

Imagem: facebok.com/joanamaraldias

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