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NO VAGAR DA PENUMBRA

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EUROPEIA POR DEFEITO

Dezembro 15, 2015

J.J. Faria Santos

A Crise da Europa é o título do artigo de Tim Parks, escritor e professor universitário, disponível no site Politico. O subtítulo é um jogo de palavras particularmente certeiro: A União Europeia: dificilmente unida, europeia por defeito. A dificuldade, explica Parks, começa pela própria definição da natureza da organização: “nem estado nem federação, porém sugando soberania de todos os seus membros”. Formada em resposta a uma ameaça interna, em nome da paz, portanto, a Europa “em vez de procurar um papel de comando no palco da história” acreditou no fim desta e na auto-suficiência do seu destino. Apesar do que foi possível alcançar, o autor nota a inexistência de uma identidade colectiva. E comenta: “Em vez de se apresentar como uma fonte de riqueza ou uma inspiração ideológica, a União é agora um cansativo, por vezes tirânico contabilista dizendo-nos o que podemos ou não gastar, que impostos devemos pagar, quão baixas as nossas pensões devem ser.” E o contabilista é alemão, conclui.

 

Tendo-se tornado evidente que “o único verdadeiro centro de poder na UE é Berlim”, Parks considera que a zona euro “pagou o preço da obsessão alemã pela severidade monetária”. E, numa cedência ao exagero, interroga-se se “a UE não será mesmo por defeito um império alemão”. Com uma França aparentemente incapaz de contrabalançar o poderio alemão, e um Reino Unido que desde o princípio adoptou uma atitude “oportunista e pragmática, nunca idealista”, caso não se empreenda a reinvenção da União Europeia, Tim Parks, de forma algo fatalista, antevê o princípio do fim do projecto europeu.

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