A TROIKA DO SPORTING
Agosto 19, 2015
J.J. Faria Santos
Num comentário sobre um livro da produtora do canal televisivo ESPN Justine Gubar, acerca das celebrações e dos tumultos no desporto, Sarah Begley explicava recentemente na Time que para além de factores como o álcool, a adrenalina e a ilusão do anonimato, é o sentimento de lealdade que funciona como detonador das acções em massa nos estádios. E terminava o breve apontamento fazendo notar que a palavra fã tem origem no latim fanaticus, que define uma “profunda devoção religiosa”.
No calor da refrega reinam as emoções, um erro do árbitro é inadmissível e inaugura sempre a suspeita da premeditação. Não haverá nos estádios de futebol nacionais comportamentos muito díspares durante os jogos. Porém, olhando para o banco do Sporting, a reunião da troika Bruno de Carvalho/Jorge Jesus/Octávio Machado promete um permanente memorando de desentendimento com adversários e instituições reguladoras. Porque se um permite que a sua autoconfiança resvale para a deselegância, os outros abusam da combatividade verbal e descambam com frequência para a boçalidade.