O ÍDOLO
Fevereiro 27, 2011
J.J. Faria Santos
Tecem-se loas ao seu profissionalismo, enaltecem-se as suas características antropomórficas, exaltam-se as suas performances e o seu potencial. Não duvido. Confesso, porém, que, a mim, me desagrada o aspecto cénico da coisa e o concomitante culto da personalidade. O ritual das marcações dos livres (os passos atrás, as pernas abertas,o olhar concentrado de sniper) parece-me demasiado uma resposta ao mediatismo, de quem aproveita cada acção para fazer um fashion statement. Mas é no domínio do uso da palavra que Cristiano Ronaldo derrapa, quando permite que a sua louvável autoconfiança, fruto da consciência plena das suas capacidades, se metamorfoseie em fanfarronice, a qual, e porque estamos a falar de um jogo, algumas vezes se estampa perante o carácter indomitável da sorte, mesmo que esta proteja os audazes, e não haja dúvidas que ele o seja.