BREVE PERFIL NA PENUMBRA V - O BANQUEIRO
Março 29, 2012
J.J. Faria Santos
Reúne em si a gravitas do homem de Estado com a circunspecção tranquilizadora do gestor de fortunas. Fala com a cadência e a autoridade de alguém a quem basta um arquear de sobrancelha para desfazer uma impertinência ou inverter uma contrariedade. Refulge nele o charme discreto da alta burguesia e a distinção inconfundível da elite do velho dinheiro. O seu poder supremo é a capacidade de influenciar o poder. Os seus domínios funcionam como viveiro de dirigentes ou porto de abrigo de desvalidos provisórios da democracia. Detém um aparente droit de regard sobre certas nomeações: tanto promove como desqualifica ou reabilita. A nota de dólar, nos Estados Unidos, pode conter a inscrição “In God we trust”, mas em Portugal, na eventualidade de o mesmo se aplicar à nota de euro, o elemento da Santíssima Trindade seria outro…