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NO VAGAR DA PENUMBRA

NO VAGAR DA PENUMBRA

PROUST - AFORISMOS

Agosto 30, 2020

J.J. Faria Santos

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Do preço da leviandade - “É sempre e só por causa de um estado de espírito sem futuro duradouro que tomamos resoluções definitivas.” (Volume 2, página 157)

 

Da maleabilidade do tempo - “O tempo de que dispomos em cada dia é elástico; as paixões que sentimos dilatam-no, as que inspiramos encolhem-no, e o hábito enche-o.” (Volume 2, página 191)

 

Do prazer como revelação - “Há prazeres como fotografias. O que se tem na presença do ser amado não passa de um negativo, revelamo-lo mais tarde, chegados a casa, quando reencontramos à nossa disposição aquela câmara escura interior cuja estrada está ‘interdita’ enquanto há gente à vista.” (Volume 2, página 456)

 

Do outro como abrigo - “(…) há momentos em que precisamos de sair de nós mesmos, de aceitar a hospitalidade da alma dos outros (…)” (Volume 3, página 144)

 

Do desejo enganador - “Nada há como um desejo para impedir as coisas que se dizem de ter qualquer semelhança com o que temos no pensamento.” (Volume 3, página 358)

 

Do snobismo como enfermidade - “O snobismo é uma doença grave da alma, mas localizada, e que não a deteriora totalmente.” (Volume 5, página 10)

 

Do amor tirano - “Muitas vezes o ciúme não passa de uma inquieta necessidade de tirania aplicada às coisas do amor.” (Volume 5, página 85)

 

Do medo como acicate do amor - “A maioria das vezes o amor só tem por objecto um corpo se uma emoção, o medo de o perder, a incerteza de o recuperar nele estiverem fundidos.” (Volume 5, página 86)

 

Do amor como funambulismo - “(,,,) por muito tranquilos que nos julguemos quando amamos, sempre temos no nosso coração o amor em equilíbrio instável.” (Volume 5, página 217)

 

Da fé derradeira - “Quando nos vemos à beira do abismo e parece que Deus nos abandonou, já não hesitamos em esperar dele um milagre.” (Volume 6, página 21)

 

Da virtude da mentira - “A mentira é essencial à humanidade. Nela desempenha porventura um papel tão importante como a procura do prazer, e de resto é comandada por essa mesma procura. Mentimos para proteger o nosso prazer, ou a nossa honra se a divulgação do prazer for contrária à honra.” (Volume 6, página 199)

 

Estas citações, apresentadas sob a forma de aforismos, foram retiradas da obra-prima de Marcel Proust (1871-1922) Em busca do Tempo Perdido, editada pelo Círculo de Leitores, com tradução de Pedro Tamen. Os setes volumes foram, entre Setembro de 2003 e Julho de 2005 (à medida que foram editados e por mim adquiridos) os protagonistas dos meus hábitos de leitura desse período. Como habitualmente, sublinhei determinados excertos, os quais serviram de base para a selecção transcrita nesta publicação. O leitor que sou revê-se no leitor que fui, mas não pode deixar de reconhecer e sublinhar que estas escolhas são um produto de um tempo e de uma circunstância. Uma (re)leitura da obra em 2020 produziria, seguramente, alterações no elenco de citações, num eterno e mutável efeito de apropriação. O próprio Proust, aliás, escreveu no sétimo volume (O Tempo Reencontrado – página 223) que “…cada leitor é, quando lê, leitor de si próprio. A obra do escritor não passa de uma espécie de instrumento óptico que ele oferece ao leitor a fim de lhe permitir discernir aquilo que, se não fosse aquele livro, ele porventura nunca veria dentro de si mesmo.”

 

Imagem: Marcel Proust fotografado por Otto Wegener circa 1895 (Wikimedia Commons)

FRASES DO VERÃO (ANOTADAS)

Agosto 23, 2020

J.J. Faria Santos

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“Fala-se muito no cansaço e houve muitos heróis entre os trabalhadores da saúde (…), mas eu poderia dizer que aí 75% ou 80% dos trabalhadores da saúde teve um grande período de férias nestes últimos 3 ou 4 meses.” (Jornal da Tarde, RTP, 22/07/2020) A frase iconoclasta do cardiologista Manuel Antunes, contra a corrente laudatória dos profissionais da saúde, não pretende, obviamente, desvalorizar quem esteve na chamada linha da frente do combate à epidemia, propondo antes uma leitura matizada, atendendo às circunstâncias do desempenho clínico de cada um deles. Claro que uma frase destes, se fosse proferida por um governante ou por um dirigente partidário, teria dado origem a uma quase sentença de morte política ou a um auto-de-fé nas redes sociais…

 

“Uma pessoa que é portadora do vírus [da covid-19] pode ser comparada a um bombista, porque, neste caso sem querer ou saber, pode infectar 100, 200 ou 300 pessoas. (…) Discutir a constitucionalidade é, neste caso, um absurdo.” (in Público de 8/08/2020) Para Miguel Albuquerque, portanto, uma matéria que põe em conflito valores fundamentais como a liberdade e a segurança não tem dignidade constitucional. Como ele próprio confessou, “sou uma pessoa afectiva, mas sou muito pragmático”, pelo que só faltou admitir que perante um bombista acidental ao serviço involuntário do coronavírus, nada como a eficácia do waterboarding. Assim como assim, as gotículas epidémicas acabavam dissolvidas no caudal da água. Dois propósitos eram alcançados: reprimir o bombista e conter a disseminação do vírus.

 

 

“Não nego nenhuma das divergências que tive com ele [Pedro Passos Coelho], em muitas áreas, mas acho francamente que o país lhe deve alguma coisa.”  (in Público de 26/07/2020) A frase de Francisco Assis parece mais um reconhecimento institucional a quem exerceu um cargo público do que um elogio, que de rasgado nada tem. Na verdade, até parece bastante avarento. “Alguma coisa” é uma medida que, com toda a probabilidade, só terá entusiasmado a entrevistadora (Maria João Avillez) e o responsável pela manchete do dia. Se se acrescentar que o próprio Assis afirmou que tinha “expectativas muito baixas” acerca do desempenho dele como primeiro-ministro, percebe-se que o “exercício intelectual interessante” (como ele caracterizou o olhar sobre a governação de Passos) tenha resultado numa síntese ao mesmo tempo titilante e inócua.

 

“Depois do manifesto inquisitório, os pezinhos de lã do Governo disfarçam as botifarras da censura. (…) Estes senhores não querem apenas combater o que entendem ser o fascismo, o racismo e o populismo. Querem também destruir a democracia plural, a liberdade de expressão e o livre pensamento.” (in Público de 19/07/2020) Os pretextos para o tonitruante artigo de António Barreto foram um manifesto subscrito por académicos condenando o que designavam como o “branqueamento” do Chega efectuado por Riccardo Marchi e a intenção de Governo de monitorizar o discurso do ódio na Internet. A politóloga Marina Costa Lobo leu o trabalho de Marchi e concluiu que “não se trata de um estudo de ciência política nem de história (…), não cumpre critérios mínimos de distanciamento do objecto de estudo, (…) não tem um enquadramento analítico, nem teórico”, notando a escassez de fontes de investigação e reduzindo a obra a um “panfleto partidário” (artigo no Público em 11 de Agosto). No mínimo, devemos considerar que os autores do manifesto (mesmo que se tenham cingido a declarações de Marchi, sem terem lido a sua obra) tiveram pelo menos o discernimento de apontar falhas na metodologia e enviesamento nas conclusões. Por outro lado, mesmo sem sabermos como se tem materializado a intenção governamental de acompanhar o discurso de ódio online, tendo em conta a visibilidade das acções do Chega ( e a sua performance nas sondagens), bem como a acção de organizações que não se eximem à emissão de ultimatos e ameaças, parece-me que faltaria firmeza às “botifarras”. Em suma, sendo sempre de saudar o discurso vigilante da liberdade, talvez fosse de introduzir algum gradualismo na retórica e ponderação na análise. Doutra forma, corre-se o risco de perpetuar a história de Pedro e o Lobo, com o seu histórico de falsos alarmes e o risco da descrença quando a ameaça real aparecer.

 

“Se o Chega evoluir de uma tal maneira que – embora seja um partido marcadamente de direita, em muitos casos de extrema-direita, muito longe de nós que estamos ao centro -, se o Chega evoluir para uma posição mais moderada, eu penso que as coisas se podem entender.” (in RTP3, 29 de Julho) O homem que recentrou o PSD estende os braços ao extremismo apelando à sua moderação? Ingenuidade, inconsciência ou puro pragmatismo eleitoral? O que motiva Rui Rio só pode ser a intenção de voto que o Chega obtém nas sondagens. E talvez a natureza antissistema do partido de Ventura o fascine um pouco… Como escreveu Pedro Adão e Silva no Expresso, “no fim, não será o Chega que se vai moderar, é a direita moderada portuguesa que acabará por se radicalizar”. Nessa altura, presumo, os cultores do espírito do bloco central e os apologistas das virtualidades da moderação rasgarão as vestes perante uma geringonça de sinal contrário.

 

“A minha preocupação não tem sido apurar as responsabilidades dos surtos [nos lares]. (…) Tem sido criar instrumentos de reforço para apoio às instituições e acompanhá-las.” (In Expresso de 15/08/2020) As duas frases da ministra Ana Mendes Godinho constam da mesma resposta, mas só a primeira deu direito a manchete. Podem ser interpretadas como uma forma de priorizar o apoio às instituições e só depois averiguar as circunstâncias que rodearam o surgimento e a evolução dos surtos, ou como uma manobra de desresponsabilização, ou ainda como sintoma de incapacidade de avaliação política. Na verdade, porém, em meados de Julho, a ministra já tinha pedido à Segurança Social uma avaliação ao lar de Reguengos e remetido as conclusões ao Ministério Público. A ministra foi também acusada de insensibilidade por ter dito que só foram atingidos “3% do total dos lares e 0,5% dos utentes”. A ideia feita é que em S. Bento mora a insensibilidade e em Belém reside a compaixão. Mas o grande pecado de Ana Mendes Godinho, creio, foi ter dito que não leu “pessoalmente” o relatório da Ordem dos Médicos, embora tenha esclarecido que tinha pedido que o “analisassem”. O crime de lesa-majestade foi não ter lido sofregamente e de imediato o documento oriundo de uma ordem cujo bastonário tem uma presença tão abundante nos ecrãs das televisões. As más-línguas diriam até que mais que a própria ministra da Saúde. As mesmas más-línguas que até são capazes de sugerir que se delegue os poderes da Inspecção-Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social na Ordem dos Médicos…

 

Imagem: "The Coming Storm" de Michele Del Campo

COMO SE ATREVEM?

Agosto 16, 2020

J.J. Faria Santos

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Um grupo de cobardes, a coberto do anonimato que a pertença a um gangue que denominaram Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional lhes confere, convenceram-se de que seria admissível espezinhar o Estado de direito e os direitos humanos, exigindo a dez pessoas que abandonassem “o território português” e o desempenho de “funções políticas”. Ao melhor (pior) estilo mafioso, na onda das “ofertas irrecusáveis”, o email enviado de um serviço de correio electrónico insusceptível de registo e com duração limitada (ao estilo do filme Missão Impossível, a mensagem acaba por autodestruir-se em 60 minutos…) incluía a promessa de represálias em caso de não acatamento do édito de desterro, sob a forma de “medidas” que seriam tomadas contra os “dirigentes e os seus familiares”. Tudo de forma a garantir “a segurança do povo português”.

 

Este ultimato com prazo de 48 horas configura um acto criminoso que tem de ser investigado, reprimido e severamente punido. Não pode haver complacência com a agressão grotesca dos valores do humanismo e do respeito pela lei, para já não falar da usurpação dos poderes do Estado. Há momentos em que é imprescindível afirmar princípios inalienáveis com firmeza e intransigência, sem que nos deixemos tolher pelo espectro da radicalização ou pelo tacticismo sonso. Contra energúmenos que se arrogam a prerrogativa de pretender expulsar do país activistas e representantes eleitos da nação, e que se pavoneiam com tochas e máscaras brancas em frente da sede do SOS Racismo, não pode haver contemplações. Já não estamos no domínio de proclamações e acções que, por mais absurdas e ofensivas que fossem, se poderiam abrigar na capa da liberdade de expressão; entramos, com estrondo, na fase da intimidação e da ameaça.

 

Num primeiro email, enviado no início de Agosto, ao SOS Racismo e à Frente Unitária Antifascista, a Nova Ordem de Avis escreveu: “A partir de hoje o medo irá mudar de lado. Para cada nacionalista preso, um antifa será enterrado. Para cada cidadão morto, dez estrangeiros serão eliminados”. Seria fácil, demasiado fácil, encarar estes propósitos como o delírio demencial de criaturas mentalmente perturbadas. Ou desvalorizá-los como desabafos em que a miséria moral e/ou económica se reúne com a fanfarronice e a delinquência grupal. Seria fácil, mas profundamente errado e perigoso. Porque queremos que a liberdade de expressão e acção convivam, nos estritos limites da lei, com o debate vigoroso, não podemos ser cúmplices pelo silêncio ou pelo apaziguamento. Porque acreditamos na liberdade e no Estado de direito, não podemos permitir que o “medo mude de lado”. Na verdade, o que nos pode e deve motivar é a erradicação do medo.

UM DRINK DEPOIS DA ENTREVISTA

Agosto 09, 2020

J.J. Faria Santos

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Ocasionalmente, seguramente a bem da nação, um pivot incisivo interpela sem piedade, no noticiário televisivo, um governante ou um político em geral. Ungido de missão nobre, guiado pelo mantra do contrapoder, aplica-se na inquirição indignada ou mesmo no ralhete, enquanto o seu interlocutor, subjugado pela humildade democrática e pelo dever de aceitação do escrutínio da sua acção se esmera na bonomia com que apara os golpes e desenvolve o contraditório. Se assim não for, o entrevistado é imediatamente catalogado como sendo arrogante, prepotente e incapaz de aceitar o julgamento dos cidadãos.

Desta vez o protagonista foi Bento Rodrigues, de semblante carregado e estribilho em riste (a fome), perante a mal-amada ministra da Cultura, criatura cuja acção (inacção?) tem sido contestada e cujas punchlines nos exercícios de ironia tendem a ser vistos como execráveis, quer se trate  do quão “óptimo” é estar no México e não ler jornais portugueses ou da sua predilecção pelos drinks ao fim da tarde. Ainda por cima, a tirada do drink foi dirigida a uma jornalista da SIC (pecado capital, claro). E foi encarada como um desrespeito, um incómodo sacudido com sobranceria.

De todo o episódio, e independentemente dos méritos ou deméritos dos argumentos aduzidos, retive a serenidade e a firmeza com que a ministra foi respondendo ao jornalista. Bento Rodrigues, cujo estilo contido e sóbrio aprecio, apesar de ter conduzido uma entrevista que, por vezes, pareceu ser mais um veículo para um julgamento moral do que para obter respostas as questões prementes, conseguiu, ainda assim, manter-se afastado do ar e do tom gratuitamente insolente e displicente que Rodrigo Guedes de Carvalho utilizou com a ministra da Saúde.

Ainda bem que temos uma comunicação social livre e que se sente interpelada pelas condições de sobrevivência de artistas e criadores. Mesmo quando parece aturdida pelo espectro da fome dos outros, como se, temporariamente fora da sua bolha profissional restrita de ordenados de milhares e transferências de milhões, aterrasse na “irrealidade” de apoios de 219 euros. Este país até pode não ser para artistas, mas ainda preza a liberdade dos órgãos de informação e reconhece o seu papel imprescindível para a democracia. Pode haver quem ache que “as empresas de comunicação social são iguais às que fabricam móveis, sapatos, têxteis”, mas ainda ninguém se atreveu a apelidá-las de “inimigas do povo” como na demencial autocracia americana. A sede de liberdade não pode ser beliscada por um conjunto de perguntas impiedosas ou assertivas, ou por um naipe de respostas espirituosas ou despeitadas. Para desanuviar o ambiente, em nome do bem comum, nada como um drink depois da entrevista.

 

Imagem: mag.sapo.pt

NOVO BANCO, VELHOS HÁBITOS

Agosto 02, 2020

J.J. Faria Santos

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Primeiro foi o ring fencing para conter o risco sistémico. No fundo, uma espécie de cerca sanitária para tentar preservar o BES dos efeitos patogénicos do GES. Depois veio a resolução e a concomitante criação do Novo Banco, nascendo assim a ficção do banco mau e do banco bom. Na verdade, o banco péssimo e o banco mau. Não deixa de ser irónico que a palavra resolução tanto possa significar “solução de um caso ou de um problema” como “mudança de estado sem alteração da natureza”. Está na natureza das instituições financeiras que a solenidade conviva com uma certa impunidade que o poder confere, que a auto-suficiência e o sigilo conflituem com o escrutínio dos auditores e dos reguladores e que a expertise dos banqueiros tenda a olhar com sobranceria as objecções do comum dos mortais. Porque no fundo, nós, contribuintes, perdidos no nevoeiro da ignorância, ofuscados pelo brilho do jargão que nos arremessa palavrões como “imparidades” ou “alavancagem”, jamais seremos capazes de reconhecer que tudo se desenrola segundo as melhores práticas do mercado.

 

E assim se vão multiplicando os efeitos da epidemia malsã cujo paciente zero foi o BES (o banco péssimo), sem que o seu sucessor, o Novo Banco (o banco mau), se mostre capaz de travar ou minimizar os seus efeitos hemorrágicos, directos ou indirectos, sobre o erário público. E agora, sob o efeito-choque da divulgação, feita pelo jornal Público, do “maior negócio imobiliário em Portugal nos últimos anos”, em que um “fundo das Caimão comprou casas do Novo Banco com o crédito deste” (na verdade casas e terrenos, com um valor bruto de 631 milhões de euros, alienados por 364 milhões), um clamor atravessou a sociedade portuguesa. Um brado fatalmente condenado a esmorecer na tibieza da indignação moral, porque terá sido tudo perfeitamente legal e com a bênção do Fundo de Resolução, que assegura que avaliou a credibilidade do comprador (que não se sabe quem é, mas isto é um pormenor de reduzida importância, o que é relevante é que terá feito a melhor proposta). Money talks e as melhores práticas acomodam-se.

 

Na síntese desassombrada de João Miguel Tavares, no Público de 30 de Julho, “O golpe de génio da alta finança predatória (…) está em transformar aquilo que antes se chamava ‘roubo’ num conjunto de operações financeiras extremamente opacas e complexas, pejadas de conflitos de interesse e… perfeitamente legais.” Tão “opacas e complexas”, atrevo-me eu a dizer, que o próprio Ricardo Salgado necessitaria certamente da assessoria do seu talentoso commissaire aux comptes para as compreender em toda a sua amplitude. Seria motivo para vociferar que “isto é uma vergonha!”, não se desse o caso desta expressão se ter desvalorizado pelo seu uso desregrado.

 

Imagem: 24.sapo.pt

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