"Christmas in America" de Alphonse Mucha
(Courtesy of www.bertc.com)
1. ALL I WANT FOR CHRISTMAS IS YOU (MARIAH CAREY)
Uma caixinha de música serve de introdução à habitual explosão interpretativa (e respectivos maneirismos vocais) da cantora. Ela não quer saber de presentes, só quer o objecto da sua afeição. O efeito é exuberante e festivo, como convém à quadra.
2. LAST CHRISTMAS (WHAM)
O som dos trenós puxados pelas renas embala uma canção que descreve a amargura de uma vítima de um amor ilusório que resiste a resvalar para a desilusão. Este ano, o seu amor será entregue a “alguém especial”. Saberá ele que são “especiais” todos os enamoramentos e que o “segredo” reside em preservar esse estatuto?
3. HAVE YOURSELF A MERRY LITTLE CHRISTMAS (LUTHER VANDROSS)
Que o nosso coração esteja leve, os problemas distantes, os amigos reunidos, os familiares em comunhão. Estaremos juntos enquanto o destino o permitir. Penduremos uma estrela no ramo mais alto da árvore e celebremos o Natal. Melancólica sem ser tristonha, com um travo ao mesmo tempo retro e futurista.
4. WHEN YOU WISH UPON A STAR (LINDA RONSTADT)
A voz límpida de Ronstadt acrescenta magia a este conto de fadas em forma de canção. Quando sussurramos às estrelas os nossos mais íntimos desejos, a realidade só nos pode surpreender com a sua concretização. Suspenda-se a descrença. Nenhum pedido é demasiado extravagante ou está condenado à frustração.
5. DRIVING HOME FOR CHRISTMAS (CHRIS REA)
Estamos presos no trânsito. Atiramos agastados relances ao relógio. Compensamos a impaciência com olhares para as casas enfeitadas de uma lado e do outro da estrada. E procuramos nas caras dos outros condutores a mesma motivação e a mesma secreta ansiedade para chegar a casa, como membros da mesma Irmandade pouco secreta. O Natal reside no nosso lar. Vamos a caminho.
6. AVE MARIA (YO-YO MA E BOBBY MCFERRIN)
Já chegámos a casa. Repousados, sorvemos o scat de McFerrin que introduz e serve de leito sonoro ao virtuosismo de Yo-Yo Ma. Voz e violoncelo. Quem disse que a brevidade não tem substância? São apenas dois minutos e trinta e nove segundos, que se podem ouvir infinitamente, carregando no repeat.
7. WINTER WONDERLAND (THE MORMON TABERNACLE CHOIR)
No doce remanso da noite de consoada, baixemos o tom da conversa aconchegante (nos intervalos da ingestão deliciosamente desregrada das iguarias), e deixemo-nos encantar pelo coro glorioso que, efabulemos, nos veio cantar à porta. Há uma terra de sonho e um Inverno do nosso contentamento.
8. WE WISH YOU A MERRY CHRISTMAS (TANGLEWOOD FESTIVAL CHORUS)
Ainda deleitados com a experiência, somos presenteados com nova surpresa. Desta vez, o coro estende os votos de felicidade ao novo ano, com convicção e vivacidade. Acreditemos. A dúvida tem muito tempo para chegar…
9. LES CLOCHES DU HAMEAU (CELINE DION)
E se, extasiados e inspirados pelos coros, decidíssemos, arrojadamente, reunir a família e cantar? Foi o que fez Celine Dion, arregimentando a família para cantar com ela esta composição de Johannes Brahms. O resultado é surpreendentemente equilibrado, ternurento e irresistível.
10. AULD LANG SYNE (PINK MARTINI)
O Natal ainda perdura, mas já cheira a réveillon. Os Pink Martini pegaram na melodia tradicional escocesa, que fala de pessoas separadas pelas circunstâncias que preservam a confiança no reencontro, juntaram-lhe o Pacific Youth Choir e os Lions of Batucada e, com a secção rítmica a comandar, uniram no mesmo tema o Natal e o Carnaval. Solenidade e euforia, alegria e folia. Festas. Boas Festas.